UFSCar lança Atlas da Literatura Digital Brasileira
Este é o primeiro arquivo, no Brasil, dedicado a mapear, organizar, preservar e tornar pública a produção literária digital nacional
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou em 6 de maio a primeira versão do Atlas da Literatura Digital Brasileira (www.observatorioldigital.ufscar.br), primeiro arquivo dedicado a mapear, organizar, preservar e tornar pública no Brasil a produção literária digital nacional.
O lançamento ocorreu na programação da "Jornada sobre arquivo e preservação da literatura digital latino-americana", evento que segue acontecendo no próximo dia 13. Com o tema "Novos mapas da literatura digital na América Latina", a iniciativa reúne pesquisadores do Brasil, Colômbia, México, Peru, Chile, Porto Rico, Uruguai e Argentina, com o objetivo de apresentar projetos de repositórios, antologias e arquivos, em um esforço para dar visibilidade e preservar as obras literárias digitais criadas nas últimas décadas nesses países.
A produção do Atlas foi coordenada por Rejane Rocha, docente do Departamento de Letras (DL) da UFSCar. "Há tempos, a produção literária digital sofria com a obsolescência dos softwares e, por conseguinte, era passível de desconhecimento ou esquecimento por parte das gerações atual e futura", situa a pesquisadora. Nesse sentido, o Brasil ainda não contava com iniciativa abrangente de mapeamento de suas obras digitais, lacuna que o Atlas vem preencher.
A iniciativa surgiu no âmbito do projeto "Repositório da Literatura Digital Brasileira" e, posteriormente, do grupo de pesquisa Observatório da Literatura Digital Brasileira, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com início das atividades em 2019 e previsão de desenvolvimento até 2022.
Para cada uma das mais de 100 obras mapeadas até o momento, foi feita a descrição taxonômica, que envolve a definição de nomenclaturas e informações específicas sobre a obra, como ano, autor, hiperlinks relacionados, gênero, descrição, dispositivos nos quais pode ser acessada, dentre outras, além da disponibilização de arquivos multimídia (imagens e vídeos). O esforço também inclui um levantamento bibliográfico de material crítico já publicado sobre a obra no Brasil.
Rocha adianta que a equipe de pesquisa iniciou uma série de entrevistas com autores para inserção na plataforma, tarefa a que continuarão se dedicando ao longo dos próximos meses. "Apesar da documentação de uma obra não ser, por si, a obra, ela é capaz de testemunhar a sua existência, informar sobre o seu funcionamento e tornar conhecidas as suas opções estéticas", afirma.
A docente da UFSCar conta que o projeto passou por vários desafios, envolvendo as etapas de mapeamento, descrição e preservação do material, o que suscitou a necessidade de estabelecer diálogo com pesquisadores de países cujas condições sociotécnicas se assemelham às do Brasil. Dessa forma, o olhar para a literatura digital de outros países da América Latina possibilitou encontrar novas definições, critérios e parâmetros de descrição e de avaliação para o Atlas.
O quesito preservação trouxe complexidade à organização do material. "O que no cotidiano se resolve com a substituição de um software ou dispositivo por outro mais eficiente, na produção artística e literária não é assim tão simples. Muitas vezes, não é possível atualizar um software no qual uma obra digital foi concebida sem que isso altere as suas características fundamentais. Isso sem mencionar aqueles softwares que são descontinuados, tornando impossível o acesso a determinadas obras, o que nos coloca diante de um problema fundamental para a preservação desses arquivos", pontua a pesquisadora.
Apesar dos percalços, o Atlas da Literatura Digital Brasileira se concretiza, servindo como ponto de partida fundamental para conhecer e compreender as especificidades da produção literária digital do País no que diz respeito ao seu perfil técnico e poético e à sua relação com o sistema literário brasileiro. Também promove a reflexão crítica a respeito da criação literária digital e de seu lugar no contexto da literatura e do ensino de literatura no Brasil.
A expectativa, segundo Rocha, é que a plataforma seja acessada por todas as pessoas interessadas e auxilie na formulação de novas perguntas de pesquisa. "O intuito é que os mais diversos públicos, como leitores, professores e escritores, se apropriem dos dados levantados pelo Atlas e suscitem novos estudos sobre a literatura digital brasileira", finaliza.
O Atlas pode ser acessado em www.observatorioldigital.ufscar.br.
Jornada
Além do lançamento do Atlas da Literatura Digital Brasileira, a Jornada abordou o projetoCartografía de La Literatura Digital (www.cartografiadigital.cl/map), idealizado pelo Laboratorio Digital da Universidad Diego Portales , do Chile, outra iniciativa com o intuito de visibilizar a produção literária, especialmente a latino-americana, e preservá-la.
As atividades da Jornada seguem online, no dia 13 de maio, a partir das 14 horas, e é possível acompanhá-las, como ouvinte, pelo YouTube (https://bit.ly/3aH43v6). A realização é do Observatório da Literatura Digital Brasileira da UFSCar, com oLaboratorio Digital da Universidad Diego Portales , com apoio do CNPq, do Fondo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (Fondecyt) e do Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (Conacyt). Mais informações estão no site do evento (https://bit.ly/3uGoPV3).
O lançamento ocorreu na programação da "Jornada sobre arquivo e preservação da literatura digital latino-americana", evento que segue acontecendo no próximo dia 13. Com o tema "Novos mapas da literatura digital na América Latina", a iniciativa reúne pesquisadores do Brasil, Colômbia, México, Peru, Chile, Porto Rico, Uruguai e Argentina, com o objetivo de apresentar projetos de repositórios, antologias e arquivos, em um esforço para dar visibilidade e preservar as obras literárias digitais criadas nas últimas décadas nesses países.
A produção do Atlas foi coordenada por Rejane Rocha, docente do Departamento de Letras (DL) da UFSCar. "Há tempos, a produção literária digital sofria com a obsolescência dos softwares e, por conseguinte, era passível de desconhecimento ou esquecimento por parte das gerações atual e futura", situa a pesquisadora. Nesse sentido, o Brasil ainda não contava com iniciativa abrangente de mapeamento de suas obras digitais, lacuna que o Atlas vem preencher.
A iniciativa surgiu no âmbito do projeto "Repositório da Literatura Digital Brasileira" e, posteriormente, do grupo de pesquisa Observatório da Literatura Digital Brasileira, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com início das atividades em 2019 e previsão de desenvolvimento até 2022.
Para cada uma das mais de 100 obras mapeadas até o momento, foi feita a descrição taxonômica, que envolve a definição de nomenclaturas e informações específicas sobre a obra, como ano, autor, hiperlinks relacionados, gênero, descrição, dispositivos nos quais pode ser acessada, dentre outras, além da disponibilização de arquivos multimídia (imagens e vídeos). O esforço também inclui um levantamento bibliográfico de material crítico já publicado sobre a obra no Brasil.
Rocha adianta que a equipe de pesquisa iniciou uma série de entrevistas com autores para inserção na plataforma, tarefa a que continuarão se dedicando ao longo dos próximos meses. "Apesar da documentação de uma obra não ser, por si, a obra, ela é capaz de testemunhar a sua existência, informar sobre o seu funcionamento e tornar conhecidas as suas opções estéticas", afirma.
A docente da UFSCar conta que o projeto passou por vários desafios, envolvendo as etapas de mapeamento, descrição e preservação do material, o que suscitou a necessidade de estabelecer diálogo com pesquisadores de países cujas condições sociotécnicas se assemelham às do Brasil. Dessa forma, o olhar para a literatura digital de outros países da América Latina possibilitou encontrar novas definições, critérios e parâmetros de descrição e de avaliação para o Atlas.
O quesito preservação trouxe complexidade à organização do material. "O que no cotidiano se resolve com a substituição de um software ou dispositivo por outro mais eficiente, na produção artística e literária não é assim tão simples. Muitas vezes, não é possível atualizar um software no qual uma obra digital foi concebida sem que isso altere as suas características fundamentais. Isso sem mencionar aqueles softwares que são descontinuados, tornando impossível o acesso a determinadas obras, o que nos coloca diante de um problema fundamental para a preservação desses arquivos", pontua a pesquisadora.
Apesar dos percalços, o Atlas da Literatura Digital Brasileira se concretiza, servindo como ponto de partida fundamental para conhecer e compreender as especificidades da produção literária digital do País no que diz respeito ao seu perfil técnico e poético e à sua relação com o sistema literário brasileiro. Também promove a reflexão crítica a respeito da criação literária digital e de seu lugar no contexto da literatura e do ensino de literatura no Brasil.
A expectativa, segundo Rocha, é que a plataforma seja acessada por todas as pessoas interessadas e auxilie na formulação de novas perguntas de pesquisa. "O intuito é que os mais diversos públicos, como leitores, professores e escritores, se apropriem dos dados levantados pelo Atlas e suscitem novos estudos sobre a literatura digital brasileira", finaliza.
O Atlas pode ser acessado em www.observatorioldigital.ufscar.br.
Além do lançamento do Atlas da Literatura Digital Brasileira, a Jornada abordou o projeto
As atividades da Jornada seguem online, no dia 13 de maio, a partir das 14 horas, e é possível acompanhá-las, como ouvinte, pelo YouTube (https://bit.ly/3aH43v6). A realização é do Observatório da Literatura Digital Brasileira da UFSCar, com o
anexos:
Arquivo mapeia e torna pública no Brasil a produção literária digital nacional (Imagem: Reprodução)
Contato para esta matéria: Adriana Arruda Telefone: (16) 33518478
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