2021-07-26 16:52:55.0

Livro de poemas "Malangue Malanga" terá lançamento online no dia 27 de julho

Obra é de autoria de Wilson Alves-Bezerra, docente do Departamento de Letras da UFSCar

Amanhã, dia 27 de julho, será realizado o lançamento online do livro "Malangue Malanga - 30 poemas para ler no exílio", escrito pelo poeta Wilson Alves-Bezerra, docente do Departamento de Letras (DL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O lançamento da obra, publicada pela editora Iluminuras, será transmitido pelo YouTube e terá a participação de Eduardo Jorge, professor da Universidade de Zurique (Suíça).
"O livro 'Malangue Malanga' nasceu como um poema, em 2010. Um poema que misturava Português e Francês e que fez parte de meu primeiro livro de poesia, 'Vertigens', publicado em 2015. A proposta era deixar quem o lesse na errância entre dois idiomas, a partir de um eu-lírico afetado por estar fora de lugar", explica o autor.
"Sem me propor muito a isso deliberadamente, fui escrevendo, ao longo da última década, outros poemas como aquele inicial: misturando Espanhol, Francês, Inglês, com personagens que são migrantes, exilados, sub-empregados, que são solitários e que não contam com nada nem ninguém, nem com a própria língua materna. Em 2018, decidi que o exílio geográfico, social e linguístico seria o mote do livro, daí o título e o subtítulo: 'Malangue Malanga - 30 poemas para ler no exílio'", complementa Alves-Bezerra.
O livro consiste em um conjunto de textos que revisitam a tradição cosmopolita do modernismo, porém sob a ótica dos migrantes e exilados. "É o modernismo que coloca na poesia a viagem e o movimento como me interessava trabalhar", afirma ele. A outra particularidade do livro é trabalhar com poemas escritos em línguas inexistentes, uma mistura de Português, Espanhol, Inglês e Francês, que coloca em cena o exílio e a invenção. O poeta explica: "'Malangue Malanga' parte da linguagem, de uma ideia poderosa do psicanalista Charles Melman de que 'o inconsciente não é nacionalista nem xenófobo' e de que, portanto, não há barreira entre as línguas. Explorar isso liricamente é muito poderoso. E isso permite inclusive desmontar a Língua Portuguesa, misturar registros da Língua Portuguesa do Brasil e da peninsular. A linguagem é tomada como espaço de invenção, definitivamente."
Ao ser questionado sobre se estamos exilados em nossa própria pátria, Alves-Bezerra responde: "Somos nômades. O livro quer mostrar a força do racismo em nossas sociedades, o subemprego e a desumanização a que é submetido o migrante, ao mesmo tempo como a força da invenção pode subverter isso, tornando o precário em algo forte".
"O livro pode ser lido como uma odisseia da solidão, do desarraigo e da perda. Ao mesmo tempo, a linguagem aparece como uma possibilidade lúdica de construir uma outra coisa, à margem dos estados e das nacionalidades, um território onde o sujeito se inventa de outro modo", completa o autor.
A versão impressa do livro pode ser adquirida no site da editora (www.editorailuminuras.com.br) e o e-book pode ser adquirido por este link (https://amzn.to/3xZD2xF).

Sobre o autor
Wilson Alves-Bezerra ganhou o Jabuti de poesia (Escolha do Leitor) com "Vertigens" (Iluminuras, poemas em prosa, 2015). Tem se dedicado a uma literatura que quer refletir e intervir no quadro político brasileiro, com livros como "O Pau do Brasil" (Urutau, poemas em prosa, 2016-2019), "Vapor Barato" (Iluminuras, romance, 2018), "Malangue Malanga" (Iluminuras, poemas em prosa, 2021), o disco de poemas "Catecismo Moreninho"(Livraria Orgânica, disponível em streaming, 2020), traduzido na Colômbia como "Catecismo Salvaje" (El Taller Blanco Ediciones, 2021) e expandido em Portugal, como "Necromancia Tropical" (Douda Correria, 2021). Escreveu também "Histórias zoófilas e outras atrocidades" (EdUFSCar/Oitava Rima, contos, 2013), traduzido ao Espanhol, com o título "Cuentos de zoofilia, memoria y muerte" (LOM, Chile, 2018). Publicou alguns livros sobre literatura e traduziu ao Português obras de Horacio Quiroga, Luis Gusmán e Alfosnina Storni.

anexos:

Evento online é aberto a todo o público (Imagem: Divulgação)
Contato para esta matéria: Gisele Bicaletto  Telefone: (16) 33066595  
Creative Commons License
Esta notícia é licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil.
Baseada no trabalho de www.comunicacao.ufscar.br
« voltar
Sistema de Apoio à Comunicação Integrada (SACI) ícone do SACI - Copyright© 2009- UFSCar - CCS - Versão 5.0.4