Lançamento da EdUFSCar conta história de imigrantes no interior de SP
Obra preenche lacuna de pesquisa, sobre a vida de imigrantes fora da Capital
A Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar) está lançando "Migrações internacionais no interior paulista: contextos, trajetórias e associativismo", livro organizado por Oswaldo Truzzi, docente e pesquisador atuante no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade. A obra terá lançamento online no dia 25 de maio, às 17 horas, em debate entre o organizador do livro e a historiadora Tania Regina de Luca, docente da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O livro vem preencher uma lacuna na pesquisa na área, já que os estudos anteriores tendiam a priorizar a imigração para a capital do Estado, apesar do maior número de pessoas ter se dirigido ao interior - a obra aponta, por exemplo, que em 1920 apenas um dentre quatro estrangeiros residentes no Estado viviam na cidade de São Paulo. "Em geral, a trajetória dos imigrantes é contada sobretudo a partir do que aconteceu com eles em São Paulo. Eu estava - e estou - no Interior, no meio do Estado, e imaginava que os padrões de assimilação, de integração, não seriam os mesmos, por isso queria contar essa história", registra Truzzi.
Os capítulos do livro abordam diferentes aspectos da vida e dos deslocamentos de italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, sírios e libaneses e bessarábios, sob múltiplas perspectivas e em um período de quase um século, do final do século XIX até o Golpe Militar de 1964. Para tanto, a obra está dividida em três seções.
A primeira - Contextos - traz capítulos que examinam processos gerais na incorporação de distintos grupos de imigrantes no Oeste Paulista. Destaca-se, por exemplo, capítulo sobre o cotidiano de mulheres imigrantes. Além disso, o primeiro capítulo inova ao abordar a implantação dos diferentes grupos no território como algo dinâmico. "Às vezes se acha que a pessoa, a família, saiu da Europa, chegou aqui e ficou no mesmo lugar, até hoje. Não é assim. Eles se movimentaram", conta o organizador, que é um dos autores deste texto.
A segunda parte - Grupos Étnicos - busca aprofundar aspectos específicos da experiência migratória de cada grupo. Três capítulos são dedicados aos espanhóis, tradicionalmente menos estudados, e um quarto inova ao tratar de bessarábios. "Os espanhóis são um grupo muito pouco estudado. Dos italianos todos sabemos. Mas os espanhóis, apesar de numericamente significativos, se instalaram mais a oeste, longe da Capital, e ficaram assim invisibilizados", situa o pesquisador da UFSCar.
A última seção - Associativismo Étnico - traz textos que analisam a sociabilidade dos imigrantes, abordando, por exemplo, o Circolo Italiani Uniti de Campinas, a Sociedade Dante Alighieri de São Carlos e a Beneficência Portuguesa de Campinas.
Os 18 capítulos da obra são de 17 autores e autoras, que foram orientandos de Truzzi ou são colaboradores na área de pesquisa do organizador do livro, vários do Núcleo de Estudos de População (NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Há também colaboradores de outros países. A publicação como um todo resulta de projetos de pesquisa coordenados por Truzzi, intitulados "Percursos histórico-sociais na incorporação de imigrantes estrangeiros no Oeste Paulista (1880-1950)" e "Migrações internacionais na formação do tecido social do interior paulista (1880-1950)", financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O organizador conta que o livro configura mais uma etapa de um projeto maior, que é o de contar a história social do Oeste Paulista. "Para isso, os planos futuros incluem um aprofundamento na pesquisa sobre os negros escravizados trazidos na abertura da maior parte das fazendas da região; sobre as elites rurais; e, também, a realização de comparações com outros países da América Latina que receberam número significativo de imigrantes", conta o autor.
O lançamento, no próximo dia 25, acontece na série "EdUFSCar no Ar", parceria da Editora com o Instituto da Cultura Científica (ICC) e a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da UFSCar, com apoio da Rádio UFSCar 95,3 FM. A mediação será da jornalista Mariana Pezzo, Diretora do ICC. O debate pode ser acompanhado no Facebook da EdUFSCar e, também, nos canais UFSCar Oficial no Facebook e YouTube. As pessoas participantes poderão enviar suas mensagens e questões aos entrevistados.
A obra estará com desconto de 30% no site da EdUFSCar (www.editora.ufscar.br) na semana da live, até a data posterior ao evento (25/5).
O livro vem preencher uma lacuna na pesquisa na área, já que os estudos anteriores tendiam a priorizar a imigração para a capital do Estado, apesar do maior número de pessoas ter se dirigido ao interior - a obra aponta, por exemplo, que em 1920 apenas um dentre quatro estrangeiros residentes no Estado viviam na cidade de São Paulo. "Em geral, a trajetória dos imigrantes é contada sobretudo a partir do que aconteceu com eles em São Paulo. Eu estava - e estou - no Interior, no meio do Estado, e imaginava que os padrões de assimilação, de integração, não seriam os mesmos, por isso queria contar essa história", registra Truzzi.
Os capítulos do livro abordam diferentes aspectos da vida e dos deslocamentos de italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, sírios e libaneses e bessarábios, sob múltiplas perspectivas e em um período de quase um século, do final do século XIX até o Golpe Militar de 1964. Para tanto, a obra está dividida em três seções.
A primeira - Contextos - traz capítulos que examinam processos gerais na incorporação de distintos grupos de imigrantes no Oeste Paulista. Destaca-se, por exemplo, capítulo sobre o cotidiano de mulheres imigrantes. Além disso, o primeiro capítulo inova ao abordar a implantação dos diferentes grupos no território como algo dinâmico. "Às vezes se acha que a pessoa, a família, saiu da Europa, chegou aqui e ficou no mesmo lugar, até hoje. Não é assim. Eles se movimentaram", conta o organizador, que é um dos autores deste texto.
A segunda parte - Grupos Étnicos - busca aprofundar aspectos específicos da experiência migratória de cada grupo. Três capítulos são dedicados aos espanhóis, tradicionalmente menos estudados, e um quarto inova ao tratar de bessarábios. "Os espanhóis são um grupo muito pouco estudado. Dos italianos todos sabemos. Mas os espanhóis, apesar de numericamente significativos, se instalaram mais a oeste, longe da Capital, e ficaram assim invisibilizados", situa o pesquisador da UFSCar.
A última seção - Associativismo Étnico - traz textos que analisam a sociabilidade dos imigrantes, abordando, por exemplo, o Circolo Italiani Uniti de Campinas, a Sociedade Dante Alighieri de São Carlos e a Beneficência Portuguesa de Campinas.
Os 18 capítulos da obra são de 17 autores e autoras, que foram orientandos de Truzzi ou são colaboradores na área de pesquisa do organizador do livro, vários do Núcleo de Estudos de População (NEPO) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Há também colaboradores de outros países. A publicação como um todo resulta de projetos de pesquisa coordenados por Truzzi, intitulados "Percursos histórico-sociais na incorporação de imigrantes estrangeiros no Oeste Paulista (1880-1950)" e "Migrações internacionais na formação do tecido social do interior paulista (1880-1950)", financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O organizador conta que o livro configura mais uma etapa de um projeto maior, que é o de contar a história social do Oeste Paulista. "Para isso, os planos futuros incluem um aprofundamento na pesquisa sobre os negros escravizados trazidos na abertura da maior parte das fazendas da região; sobre as elites rurais; e, também, a realização de comparações com outros países da América Latina que receberam número significativo de imigrantes", conta o autor.
O lançamento, no próximo dia 25, acontece na série "EdUFSCar no Ar", parceria da Editora com o Instituto da Cultura Científica (ICC) e a Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da UFSCar, com apoio da Rádio UFSCar 95,3 FM. A mediação será da jornalista Mariana Pezzo, Diretora do ICC. O debate pode ser acompanhado no Facebook da EdUFSCar e, também, nos canais UFSCar Oficial no Facebook e YouTube. As pessoas participantes poderão enviar suas mensagens e questões aos entrevistados.
A obra estará com desconto de 30% no site da EdUFSCar (www.editora.ufscar.br) na semana da live, até a data posterior ao evento (25/5).
Contato para esta matéria: Mariana Pezzo Telefone: (16) 33066563
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