De gato biônico a gaiolas para bebês: livro apresenta ideias absurdas
Obra de professor da UFSCar faz viagem a cemitério das inovações que fracassaram
Gatos biônicos? Gaiolas para bebês? Capacete antidistração? Transporte por tubos pneumáticos? Ficção científica ou invenções reais e, inclusive, já colocadas em prática?
Pura realidade, descrita no livro "Cemitério de Inovações: Histórias Esquecidas das Ideias Absurdas e Tecnologias que Fracassaram", escrito por André Ricardo Backes, docente no Departamento de Computação (DC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
"A ideia do livro surgiu quando todo mundo olhava para o metaverso como o futuro da Internet. Em 2003, a empresa Linden Lab havia lançado o Second Life, e a expectativa foi de um grande potencial para se tornar uma plataforma de comércio, educação e, até mesmo, governança. Estava claro que a história se repetiria e o destino do metaverso seria o mesmo do Second Life, ou seja, o fracasso. Isso me levou a considerar quantas outras ideias foram vistas como grandes inovações, mas falharam pelos mais diversos motivos", conta Backes.
Ele compartilha que, em um primeiro momento, o foco foi selecionar inovações na área de Computação. "Esse tem sido um campo fértil nas últimas décadas, com muitos produto - principalmente ligados a smartphones e videogame - surgindo e morrendo em um curto espaço de tempo. A ideia sempre foi selecionar coisas que em algum momento foram seriamente consideradas e lançadas pelas empresas", detalha o professor. Com a pesquisa, Backes foi descobrindo histórias absurdas em outras áreas, como a Medicina. "Essa é outra seara cheia de histórias de procedimentos e tratamentos de gosto duvidoso, para dizer o mínimo, e sua inclusão no livro permite vislumbrar como a Medicina foi evoluindo ao longo do tempo para tratamentos mais sérios e seguros para os pacientes", acrescenta.
Ao todo, são 95 histórias de tecnologias que fracassaram, organizadas em cinco capítulos: computação e meios de comunicação; passatempos e outros meios de lazer; meios de transporte; tratamentos médicos e de beleza; e atividades ligadas a guerra e espionagem.
Histórias
Entre as tecnologias mais absurdas retratadas no livro está o "Projeto Acoustic Kitty", um programa de pesquisa ultrassecreto da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos), dos anos 1960. A ideia era transformar gatos comuns em mestres da espionagem. "Eles implantaram cirurgicamente microfones nas orelhas dos gatos, um pequeno transmissor de rádio, e uma antena foi tecida no pelo da cauda. A intenção era que esses gatinhos biônicos fossem capazes de bisbilhotar conversas secretas sem que ninguém percebesse", conta o professor da UFSCar.
A "Caneta Elétrica de Thomas Edison" é outra história interessante presente no livro. Sua proposta era ser uma forma rápida e eficiente de duplicar documentos manuscritos numa época em que fotocopiadoras eram coisa de ficção científica. A ideia não pegou nos escritórios, mas um inventor empreendedor chamado Samuel O'Reilly aproveitou-se dela para criar a primeira máquina de tatuagem elétrica do mundo. "Tem também o IBM Simon, considerado o primeiro smartphone do mundo e lançado 14 anos antes do Iphone. Era uma maravilha tecnológica para a época, mas fracassou nas vendas por ser muito caro e pesado", adianta Backes.
O transporte de pessoas por tubos pneumáticos parece fantasia futurista típica do desenho "Os Jetsons", mas no final do século XIX e início do século XX alguns inventores e engenheiros imaginaram uma forma rápida e eficiente de transportar passageiros pelas cidades utilizando a pressão do ar. Um dos primeiros exemplos disso foi o "Beach Pneumatic Transit", uma linha de metrô de curta distância em Nova iorque que funcionou de 1870 a 1873. A máquina era puxada por um enorme ventilador que criava um vácuo na frente e uma pressão atrás dela. "Apesar das promessas, o transporte por tubos pneumáticos enfrentou inúmeros desafios que contribuíram para seu fim, como o alto custo, a complexidade na construção e na manutenção da infraestrutura, além da complexidade logística e de segurança", destaca o autor do livro.
"Em cada página desse livro, o leitor descobrirá a beleza intrínseca do fracasso, a comédia nos equívocos e a sabedoria que só pode ser extraída das ideias que ousaram demais. Prepare-se para rir, para se surpreender e, acima de tudo, para celebrar o lado excêntrico da inovação humana. Essas histórias de desventuras geniais são como pequenas pérolas perdidas no vasto oceano da história, e estamos prestes a desenterrá-las todas", instiga Backes.
O livro está disponível como eBook na Amazon e pode ser encontrado neste link (https://bit.ly/3LqsOyK).
Pura realidade, descrita no livro "Cemitério de Inovações: Histórias Esquecidas das Ideias Absurdas e Tecnologias que Fracassaram", escrito por André Ricardo Backes, docente no Departamento de Computação (DC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
"A ideia do livro surgiu quando todo mundo olhava para o metaverso como o futuro da Internet. Em 2003, a empresa Linden Lab havia lançado o Second Life, e a expectativa foi de um grande potencial para se tornar uma plataforma de comércio, educação e, até mesmo, governança. Estava claro que a história se repetiria e o destino do metaverso seria o mesmo do Second Life, ou seja, o fracasso. Isso me levou a considerar quantas outras ideias foram vistas como grandes inovações, mas falharam pelos mais diversos motivos", conta Backes.
Ele compartilha que, em um primeiro momento, o foco foi selecionar inovações na área de Computação. "Esse tem sido um campo fértil nas últimas décadas, com muitos produto - principalmente ligados a smartphones e videogame - surgindo e morrendo em um curto espaço de tempo. A ideia sempre foi selecionar coisas que em algum momento foram seriamente consideradas e lançadas pelas empresas", detalha o professor. Com a pesquisa, Backes foi descobrindo histórias absurdas em outras áreas, como a Medicina. "Essa é outra seara cheia de histórias de procedimentos e tratamentos de gosto duvidoso, para dizer o mínimo, e sua inclusão no livro permite vislumbrar como a Medicina foi evoluindo ao longo do tempo para tratamentos mais sérios e seguros para os pacientes", acrescenta.
Ao todo, são 95 histórias de tecnologias que fracassaram, organizadas em cinco capítulos: computação e meios de comunicação; passatempos e outros meios de lazer; meios de transporte; tratamentos médicos e de beleza; e atividades ligadas a guerra e espionagem.
Entre as tecnologias mais absurdas retratadas no livro está o "Projeto Acoustic Kitty", um programa de pesquisa ultrassecreto da CIA (a agência de inteligência dos Estados Unidos), dos anos 1960. A ideia era transformar gatos comuns em mestres da espionagem. "Eles implantaram cirurgicamente microfones nas orelhas dos gatos, um pequeno transmissor de rádio, e uma antena foi tecida no pelo da cauda. A intenção era que esses gatinhos biônicos fossem capazes de bisbilhotar conversas secretas sem que ninguém percebesse", conta o professor da UFSCar.
A "Caneta Elétrica de Thomas Edison" é outra história interessante presente no livro. Sua proposta era ser uma forma rápida e eficiente de duplicar documentos manuscritos numa época em que fotocopiadoras eram coisa de ficção científica. A ideia não pegou nos escritórios, mas um inventor empreendedor chamado Samuel O'Reilly aproveitou-se dela para criar a primeira máquina de tatuagem elétrica do mundo. "Tem também o IBM Simon, considerado o primeiro smartphone do mundo e lançado 14 anos antes do Iphone. Era uma maravilha tecnológica para a época, mas fracassou nas vendas por ser muito caro e pesado", adianta Backes.
O transporte de pessoas por tubos pneumáticos parece fantasia futurista típica do desenho "Os Jetsons", mas no final do século XIX e início do século XX alguns inventores e engenheiros imaginaram uma forma rápida e eficiente de transportar passageiros pelas cidades utilizando a pressão do ar. Um dos primeiros exemplos disso foi o "Beach Pneumatic Transit", uma linha de metrô de curta distância em Nova iorque que funcionou de 1870 a 1873. A máquina era puxada por um enorme ventilador que criava um vácuo na frente e uma pressão atrás dela. "Apesar das promessas, o transporte por tubos pneumáticos enfrentou inúmeros desafios que contribuíram para seu fim, como o alto custo, a complexidade na construção e na manutenção da infraestrutura, além da complexidade logística e de segurança", destaca o autor do livro.
"Em cada página desse livro, o leitor descobrirá a beleza intrínseca do fracasso, a comédia nos equívocos e a sabedoria que só pode ser extraída das ideias que ousaram demais. Prepare-se para rir, para se surpreender e, acima de tudo, para celebrar o lado excêntrico da inovação humana. Essas histórias de desventuras geniais são como pequenas pérolas perdidas no vasto oceano da história, e estamos prestes a desenterrá-las todas", instiga Backes.
O livro está disponível como eBook na Amazon e pode ser encontrado neste link (https://bit.ly/3LqsOyK).
Contato para esta matéria: João Eduardo Justi Telefone: (16) 981587168
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